quinta-feira, 7 de junho de 2012

Ética e Cidadania

Olá, pessoal! Após um período bem longo de descanso, (já se foi um ano, aproximadamente, da última postagem!!!) estamos de volta com mais reflexões, artigos e textos para download.
A reflexão que segue é sobre ética e cidadania no mundo da política moderna, do livro "Ideologia e Cidadania, LIBANIO, J.B. , 1995). 

Comecemos, então, com uma definição de ética feita por Herbert de Souza:

"Ética é um conjunto de princípios e valores que guiam e orientam as relações humanas. Esses princípios devem ter características universais, precisam ser válidos para todas as pessoas e para sempre...
A ética é muito mais ampla, geral, universal do que a moral e tem a ver com princípios mais abrangentes, enquanto a moral se refere mais a determinados campos da conduta humana. Quando a ética desce de sua generalidade, de sua universalidade, fala-se de uma moral, por exemplo, uma moral sexual, uma moral comercial. Acho que podemos dizer que a ética dura mais tempo, e que a moral e os costumes prendem-se mais a determinados períodos. Mas uma nasce da outra. É como se a ética fosse algo maior e a moral fosse algo mais limitado, restrito, circunscrito."
(Herbert de Souza. Ética e Cidadania. São Paulo, Moderna, 1994)

A partir da definição acima, podemos fazer uma ideia de onde surgem as deformações no exercício da cidadania. Uma vez que a lei passa a responder a interesses, não da sociedade como um todo, ou, da coletividade, mas de indivíduos e/ou grupos isolados que conseguiram cristalizar seus próprios interesses, o exercício da cidadania passa a estar corrompido.
As crises de cidadania ocorrem, e são inevitáveis, diga-se de passagem, quando as pessoas se dão conta do jogo arbitrário da lei, que em princípio deve exprimir a vontade do povo, mas, na realidade, faz valer privilégios.
O exercício da cidadania deve acompanhar a luta contra todo tipo de arbítrio em prol da busca da vontade popular. Se compararmos a tradição grega com a romana, veremos que a primeira é mais inspiradora, e a segunda, nos impõe, preferencialmente, à ordem legal existente e à autoridade, que se deixam acompanhar pela lógica da hierarquia. Já a autoridade do povo, esta era desconhecida. 
Esse exercício da cidadania oscila entre dois movimentos. Por um lado, o ser humano é sonhador, deseja criar realidades ideais e perfeitas, ou, se não, chegar próximo à perfeição. Sem esse horizonte de utopia, faltam-lhe oxigênio para viver. Por outro lado, existe o risco de o exercício da cidadania perder-se em idealização alienante, sem apegar-se à realidade concreta, como já dizia o velho Marx.
Por fim, pensemos no exercício da cidadania, vivendo, lutando e cantando, como o nosso amigo Zé Vicente:

"Nós havemos de ver, 
qualquer dia chegando a vitória
O povo nas ruas, fazendo a história
Crianças sorrindo, em toda a nação!"
(Letra de Zé Vicente)


(Adaptado do livro "Ideologia e Cidadania". LIBANIO, J. B. , 1995 - Coleção Polêmica, São Paulo, SP )

Até a próxima reflexão!

Dalva Casimiro